Muito antes de os egípcios construírem as pirâmides ou se fixarem às margens do rio Nilo, suas tradições já falavam de uma era chamada Tep-Zep, o “início dos tempos”. De acordo com as lendas, foi nesse período que deuses vindos dos céus desceram das estrelas em barcos voadores e criaram um novo mundo a partir da lama e da água. Para os egípcios, esses deuses eram chamados de Netiroh, termo que significava “seres vindos do cosmos”.
As antigas escrituras egípcias descrevem com clareza que esses deuses vieram das estrelas. Entre eles estavam Osíris e Ísis, casal divino que governava a Terra e era associado a corpos celestes específicos. Osíris era identificado com a constelação de Órion, enquanto Ísis estava ligada à estrela Sírius, a mais brilhante do céu. Curiosamente, na região de Órion existe uma área conhecida como o “berçário das estrelas”, onde novas estrelas realmente nascem, o que reforça o simbolismo da origem celeste dos deuses egípcios.
Como em muitas outras civilizações antigas, os egípcios possuíam um profundo conhecimento sobre astronomia. Eles observavam o movimento dos astros com precisão e acreditavam que seus faraós eram descendentes diretos dos deuses das estrelas. Assim, os faraós eram considerados deuses vivos, intermediários entre o céu e a Terra. Essa crença durou séculos, até o surgimento de um faraó que desafiou as tradições religiosas: Akhenaton.
Akhenaton subiu ao trono por volta de 1352 antes de Cristo, durante a 18ª dinastia, e ficou conhecido como o faraó herege. Ele é retratado em esculturas e relevos com um crânio alongado, o que gerou inúmeras teorias sobre sua origem. Segundo antigas narrativas, ele também seria descendente dos deuses que chegaram à Terra na era de Tep-Zep.
Durante seu reinado, Akhenaton promoveu mudanças religiosas radicais. Proibiu o culto a diversos deuses e determinou que apenas um deus fosse venerado — Aton, o deus Sol. Mandou apagar imagens dos deuses antigos e substituí-las por um símbolo do Sol com raios que representavam a vida. Textos antigos afirmam que Akhenaton teria recebido uma revelação direta de Aton, um ser que teria descido dos céus e declarado ser o verdadeiro deus da humanidade.
No quarto ano de seu governo, Akhenaton fundou uma nova capital, chamada Amarna, dedicada ao culto solar. Durante cerca de dez anos, ele transformou a arte e a cultura egípcia, alterando a forma como os faraós eram representados. Em vez de seguir o padrão tradicional de figuras fortes e atléticas, Akhenaton mandou retratar a si mesmo e à sua família de forma mais realista, com traços alongados, corpo delgado e feições andróginas. Sua esposa, Nefertiti, e seus filhos também aparecem com crânios alongados nas representações da época.
Essas características físicas incomuns despertam dúvidas até hoje. Alguns pesquisadores acreditam que Akhenaton e sua família sofriam de uma anomalia genética, enquanto outros veem nisso uma tentativa deliberada de imitar seres celestiais. Teóricos dos “alienígenas do passado” sugerem que o faraó poderia ter sido um híbrido entre humanos e extraterrestres, hipótese sustentada por suas feições incomuns e pelas referências às origens divinas nas escrituras egípcias.
Após 17 anos de reinado, Akhenaton desapareceu misteriosamente. A cidade de Amarna foi abandonada e seus templos, destruídos. Suas imagens foram danificadas e o Egito retornou ao culto tradicional de vários deuses. Há quem acredite que isso tenha sido uma reação à sua reforma religiosa, enquanto outros sugerem que Akhenaton teria sido expulso ou até assassinado para ocultar sua verdadeira natureza.
Em 1907, o arqueólogo britânico Edward Ayrton encontrou uma múmia no Vale dos Reis que foi identificada como sendo de Akhenaton. O corpo apresentava, de fato, um crânio alongado, o que reforçou as discussões sobre sua aparência. Alguns estudiosos defendem que essa forma seria resultado de uma doença rara, enquanto outros acreditam que o formato foi intencionalmente preservado nas representações reais.
O sucessor de Akhenaton foi seu filho, Tutankhamon, o faraó mais famoso do Egito. Quando seu túmulo foi descoberto em 1922, o corpo do jovem rei também revelou um crânio alongado, o que levantou a hipótese de que ele teria herdado características genéticas de origem incomum.
A vida e o reinado de Akhenaton continuam cercados de mistério. Ninguém sabe ao certo se ele foi apenas um reformador religioso ou se possuía ligação com seres de outros mundos. Para alguns, sua história é uma prova de que antigos deuses eram, na verdade, visitantes extraterrestres. Para outros, trata-se de uma lenda que revela a profundidade simbólica e espiritual da cultura egípcia.


