Povos Zunis e o conhecimento astronômico secreto



A cerca de cinquenta quilômetros ao sul da cidade de Gallup, no estado norte-americano do Novo México, localiza-se o Pueblo dos Zuni. Essa antiga comunidade indígena, construída em meio aos planaltos áridos da região, é uma das mais antigas da América do Norte. Os Zunis habitam o território há quase dois mil anos e preservam com zelo suas tradições e segredos ancestrais.



Entre as culturas nativas americanas, a dos Zunis chama a atenção por manter um profundo conhecimento astronômico transmitido apenas dentro da própria comunidade. Durante muito tempo, seus saberes sobre as estrelas permaneceram ocultos ao resto do mundo. Apenas recentemente estudiosos começaram a compreender parte dessa herança espiritual e simbólica que relaciona o povo Zuni ao cosmos.

Grande parte da história e da religiosidade dos Zunis está registrada nas gravuras rupestres encontradas nas rochas do deserto do Novo México. O líder espiritual Clifford Mahuti e o arqueólogo Dan Simplicio estudaram esses registros e constataram que muitas figuras retratam seres celestes que, segundo a tradição oral, seriam os criadores e protetores da tribo. Esses petroglifos mostram símbolos estelares, figuras humanoides e imagens que alguns interpretam como representações de viagens espaciais.



Os Zunis acreditam que seus antepassados receberam ensinamentos de seres vindos dos céus. Em suas preces e cantos religiosos, há referências a pessoas que desceram do universo para ensinar os humanos a viver em harmonia. As canções rituais descrevem o “povo das estrelas”, que teria vindo de um lugar distante do cosmos para orientar a humanidade.

Muitos desses petroglifos, datados de mais de três mil anos, mostram figuras com formas incomuns: cabeças grandes, olhos pronunciados e corpos cobertos, semelhantes à imagem moderna de astronautas. Alguns estudiosos acreditam que essas representações podem simbolizar deuses celestiais ou entidades espirituais. Para os próprios Zunis, tais figuras são conhecidas como os “homens do espaço”, guardiões do mundo superior, o espaço celeste.



Na mitologia Zuni, esses seres são chamados de Kachinas (ou Katinas). De acordo com suas crenças, os Kachinas vieram dos céus por um portal sagrado chamado Sipapu, que liga o “mundo subterrâneo” ao “mundo da luz”, onde vivem os humanos. Assim, os Zunis acreditam que foram trazidos à Terra por esses seres celestiais, considerados intermediários entre o céu e a humanidade.

Todos os anos, o povo Zuni celebra o festival de Shalako, uma cerimônia que homenageia a chegada dos Kachinas à Terra. Durante o ritual, os participantes usam trajes tradicionais e máscaras cerimoniais que representam esses deuses celestes. As esculturas e máscaras mostram figuras com capacetes e visores, semelhantes com a aparência de astronautas modernos.



Essas tradições são transmitidas oralmente de geração em geração. Como os Zunis não possuem um sistema de escrita, seus contadores de histórias e cantores são os responsáveis por preservar e difundir as antigas lendas. Cada canção e cada cerimônia repete os mesmos mitos, reforçando o elo espiritual entre o povo e seus deuses estelares.

Segundo os anciãos, os Kachinas continuam existindo, embora em outra dimensão ou frequência espiritual, invisível aos olhos humanos. Eles seriam os guardiões do espaço e os protetores da vida na Terra. Por isso, os Zunis tratam essas entidades com grande reverência.



Para muitos estudiosos contemporâneos, as lendas Zunis reforçam a hipótese de que antigas civilizações possam ter tido contato com visitantes extraterrestres. Pinturas rupestres, esculturas egípcias, máscaras africanas e petroglifos do sudoeste americano apresentam símbolos semelhantes de seres vindos dos céus, o que sugere uma possível origem comum dessas narrativas.