Indícios de tecnologia avançada nas civilizações antigas



Nos últimos cinquenta anos, a NASA tem enviado astronautas ao espaço utilizando grandes foguetes. Esse método, muitas vezes descrito como “colocar um homem em um imenso fogo de artifício e acender o pavio”, tem sido eficiente, mas limitado. Para o futuro das viagens espaciais, será necessário desenvolver sistemas de propulsão mais avançados, e diversas alternativas vêm sendo estudadas pela agência espacial norte-americana e por outros pesquisadores.



Entre essas tecnologias futuristas está o lançamento assistido por catapulta magnética, baseado no mesmo princípio dos trens de levitação magnética. Nesse modelo, um trenó magnético aceleraria o foguete até atingir velocidades supersônicas — cerca de Mach 1 — antes de lançá-lo ao espaço. Embora essas ideias pareçam saídas da ficção científica, alguns teóricos dos chamados “astronautas antigos” acreditam que civilizações do passado já possuíam tecnologias semelhantes. Eles apontam mitos e textos antigos que descrevem “deuses” ou “pessoas dos céus” viajando em máquinas metálicas ou dragões de fogo como possíveis evidências de visitas extraterrestres.

Um dos exemplos mais citados vem da Índia, considerada uma das civilizações mais antigas do mundo. Textos em sânscrito, datados de cerca de 6.000 antes de Cristo, mencionam veículos voadores chamados vimanas. Essas máquinas, segundo as descrições, moviam-se com velocidade e potência, gerando calor e pressão capazes de assustar animais e destruir a vegetação ao redor. Alguns estudiosos acreditam que os vimanas seriam equivalentes a aviões movidos por motores a jato ou até mesmo espaçonaves.



O Vaimānika Shāstra, um antigo manuscrito indiano, descreve em detalhes os metais usados nas naves, os tipos de energia, os uniformes dos pilotos, a alimentação a bordo e até as armas que equipavam essas máquinas. Os manuais de voo dos vimanas, segundo os defensores dessa teoria, lembram os manuais de aeronaves modernas, o que reforçaria a ideia de que não se tratavam apenas de mitos, mas de registros técnicos de uma tecnologia real.

Se os vimanas realmente existiram, eles poderiam indicar que uma rede global de transporte aéreo já operava milhares de anos antes das grandes navegações. Essa hipótese se apoia em outras evidências geográficas e arqueológicas. No México, por exemplo, há o Monte Albán, uma montanha cujo topo foi completamente nivelado — algo que alguns teóricos interpretam como uma antiga pista de pouso. Da mesma forma, as misteriosas Linhas de Nazca, no Peru, são vistas por alguns como possíveis pistas de aterrissagem para essas supostas aeronaves antigas.



Os defensores dessa teoria argumentam que, assim como o mundo moderno possui aeroportos em locais estratégicos, as civilizações antigas também poderiam ter tido estruturas semelhantes, espalhadas por diferentes regiões do planeta. Isso explicaria, segundo eles, as semelhanças observadas na arquitetura e nas crenças de povos distantes entre si, como os da Ásia, do Pacífico e da América do Sul.

Além da Índia e da América Latina, relatos de voos e máquinas celestes também aparecem em outras culturas. No Kebra Nagast, o livro sagrado da Etiópia, é dito que o rei Salomão possuía uma máquina voadora, e que chegou a presentear a rainha de Sabá com um “tapete voador”. Lendas do Oriente Médio afirmam que Salomão viajava entre cidades utilizando essa aeronave, e algumas montanhas da região, conhecidas como “Montanhas de Salomão”, seriam antigos pontos de pouso. O explorador russo-americano Nicolas Horik, que viajou pelo Tibete nos anos 1920, relatou ter encontrado tradições locais que também mencionavam a passagem do rei Salomão com sua máquina voadora.



Esses relatos conectam-se ainda a outros mistérios antigos, como os mapas de Piri Reis, Orontius Finaeus e Mercator, que representam a Antártica com detalhes precisos — centenas de anos antes de sua descoberta oficial. Para alguns teóricos, tais mapas só poderiam ter sido elaborados a partir de observações aéreas ou de um conhecimento geográfico avançado, possivelmente herdado de civilizações tecnológicas anteriores.

Outro relato frequentemente citado é o do profeta Ezequiel, na Bíblia. No livro que leva seu nome, ele descreve uma “carruagem voadora” composta por rodas dentro de rodas e movida por seres luminosos. Enquanto estudiosos da religião interpretam o texto como uma visão simbólica, alguns autores veem nele a descrição de uma nave espacial. Na década de 1970, o engenheiro da NASA Joseph Blumrich decidiu analisar tecnicamente o relato para refutar essa hipótese.



Após meses de estudo, porém, concluiu que o que Ezequiel descreveu poderia, de fato, corresponder a uma estrutura semelhante a uma nave com sistema de propulsão. Seu trabalho resultou no livro ”As Naves Espaciais de Ezequiel”. Mais tarde, o engenheiro alemão Hans Herbert Bayer desenhou, com base nas instruções do profeta, um templo projetado para abrigar a suposta aeronave — e a estrutura parecia se encaixar perfeitamente no modelo proposto por Blumrich.

Apesar dessas interpretações, a comunidade científica permanece cética. As evidências arqueológicas são ambíguas e carecem de comprovação empírica. Para os cientistas, mitos e coincidências arquitetônicas não bastam para validar a ideia de uma civilização tecnológica perdida. Ainda assim, os textos antigos continuam a suscitar curiosidade, e os artefatos misteriosos encontrados em diferentes partes do mundo alimentam o debate sobre o real nível de conhecimento das civilizações antigas.



Dessa forma, embora não haja provas conclusivas de que povos antigos possuíam tecnologias de voo ou propulsão avançadas, a hipótese dos “astronautas do passado” segue atraindo estudiosos e curiosos. Os enigmas deixados por antigas culturas ainda desafiam a compreensão moderna, e mantêm viva a pergunta: será que a humanidade já dominou o céu muito antes da era espacial?